O evento citado na bibliografia como o início da história do gerenciamento de projetos ocorreu entre 2575 A.C. e 2465 A.C. com a construção das Pirâmides de Quéops. A construção desta pirâmide foi um projeto de 20 anos onde mais de 20 mil homens foram envolvidos .
Na década de 1870 a Central Pacific Railroad nos EUA, foi a primeira grande organização a praticar os conceitos do gerenciamento de projetos. Isto foi feito na construção da estrada de ferro transcontinental utilizando milhares de trabalhadores, manufatura e a montagem de quantidades não previstas de matéria-prima.
Frederick Taylor (1856-1915) mostrou, ao aplicar o raciocínio científico, que o trabalho pode ser analisado e melhorado se focado em suas partes elementares. Antes de Taylor a única maneira de melhorar a produtividade era exigindo horas extras. Seu sócio, Henry Gantt16 (1861-1919),durante a II Guerra Mundial, focou seus estudos de gerenciamento na construção de um navio. Por quase 100 anos nenhuma alteração foi feita nos diagramas de Gantt, provando ser uma ferramenta analítica poderosa para os gerentes.
No início do século XX, Sartre, conceituou uma nova teoria ética, onde a moral é uma criação do próprio homem. Só o homem é responsável pelos seus atos, pois é livre para agir como desejar. Após a II Guerra Mundial, Habermas (1929 – até hoje) defende uma ética baseada no diálogo entre indivíduos em situação de equidade e igualdade. As normas morais passam a ser validadas por acordos e aceites entre os implicados na ação.
Seguindo a cronologia dos fatos, chegamos às décadas que sucederam à II Guerra Mundial, quando as estratégias de marketing, a psicologia industrial e as relações humanas foram incorporadas ao gerenciamento do negócio. Foi à partir da complexidade dos projetos que surgiram os Diagramas de Rede, chamados de Gráficos de PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método de Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM). Com essas ferramentas os gerentes puderam iniciar um controle mais eficaz sobre os projetos.
A teoria ética de Hans Jonas (1903 – 1993) que, por conta da barbárie quotidiana e a constante ameaça de destruição do planeta, diz que é de responsabilidade de todos preservá-lo e transmitir às gerações futuras. Já no final da década de 1950, o primeiro estudo sobre o perfil necessário para o bom desempenho de um Gerente de Projetos. Foi nesta época que Paul O. Gaddis realizou um estudo no intuito de definir esses requisitos e que desde então vários autorestêm buscado reunir as habilidades necessárias ao gerente de projetos entre eles: Meredith & Mantel em 1985, Sbragia, Maximiano & Kruglianskas em 1986, Maximiano em 1988, Kerzner em 1992, Shtub, Bard & Globerson em 1994 e Pinto & Slevin em 1998.
Nos estudos de Sisk, no início dos anos 60, o gerenciamento de projetos foi formalizado como ciência. Os
negócios e outras organizações começaram a enxergar o benefício do trabalho organizado em torno dos projetos.
Em 1969, um grupo de cinco profissionais de gestão de projetos da Philadelphia e Pensilvania, nos EUA, se reuniu para discutir quais seriam as melhores práticas. Nesta época, Jim Synder fundou o Project Management Institute - PMI (EUA), que possui atualmente mais de 150 mil associados, segundo informação encontrada no site do PMI-PE17 (Pernambuco). O PMI é considerada uma das maiores entidades mundias, sem fins lucrativos, voltada ao Gerenciamento de Projetos.
Teribili (2006) publicou alguns dados importantes das atividades do instituto, tais como:
• Publicações da PM Network (revista mensal), Project Management Journal (jornal trimestral) e PMI® Today (boletim mensal);
• Pesquisas em gerenciamento de projetos incentivadas através da organização de conferências bienais, subsídios e livros voltados para pesquisa;
• Líder mundial na publicação de livros, ferramentas de treinamento e produtos de aprendizagem em gerenciamento de projetos, atuando também, na área de formação e desenvolvimento de profissionais. A
editora chama-se Project Management, que publica livros de autoria do próprio Project Management Institute e de outros autores;
Estudos de Dinsmore e Cavalieri dizem que atualmente, o PMI estima que os gastos em projetos se aproximam de 25% do PIB mundial e cerca de 16,5 milhões de profissionais estão envolvidos diretamente com gerência de projetos no mundo.
Além disso, o Standish Group, no artigo “Escolhendo Gerentes de Projetos” publicado na revista Mundo PM Project Management em dezembro de 2007, enumera algumas estatísticas, onde somente 20% dos
projetos são entregues conforme planejado. Este artigo mostra que considerando apenas os USA, estimava-se que os custos anuais na época, para projetos de TI abandonados, passavam de US$ 80 bilhões, e os custos de extrapolação de projetos finalizados chegavam perto de US$ 60 bilhões.
Em uma pesquisa realizada pelo autor, e apoiada pelo PMI, foi demonstrado que as competências sociais dos líderes (competência emocional-EQ, a gerencial-MQ e a intelectual-IQ) estão associadas ao sucesso do projeto. Em outras palavras, para que os diferentes tipos de projetos sejam bem sucedidos, são necessárias composições distintas de competências. A pesquisa sugere então que líderes fortes em gestão e motivação de indivíduos e com orientação mais focalizada nas pessoas, deveriam estar à frente de projetos de mudanças organizacionais. Além disso, afirma que gerentes de projetos comunicativos e autoconscientes, que gostem de liderar pessoas, são mais capacitados a ajudar em projetos de TI. A pesquisa conclui mostrando que a nova abordagem, para evitar que os projetos desviem de seus planos, é considerar as competências emocionais, gerenciais e intelectuais na alocação dos líderes. Acrescenta ainda, afirmando que o mais importante é que este novo conceito altera a discussão sobre “o que fazer em projetos” para “como atuar em projetos”, o que define o seu modo de ser no mundo dos projetos.
Existem várias entidades certificadoras de gerenciamento de projetos no mundo, algumas voltadas para projetos específicos como, por exemplo, os de engenharia. No âmbito geral, podemos separar três entidades que se destacam: o
PMI - Project Management Institute, o
IPMA - International Project Management Association e o
AAPM - American Academy of Program Manager, que propagam e certificam boas práticas de gerenciamento de projetos e a proficiência de gerentes de projeto. Temos também outra certificação muito solicitada no mercado brasileiro a
PRINCE2TM - Project In a Controlled Environment , esta porém está focada num método de gestão de projetos.
Bibliografia:
- Silva, M. F. & Silva,V.A. M.(2006) O perfil psicológico do liderado e seu impacto na relação de liderança. Acesso em: Outubro de 2008. Disponível em: http://www.nce.ufrj.br/conceito/artigos/2006/018p1-3.htm.
- Torreão, P. (2007). História do Gerenciamento de Projetos. Acesso em: Abril de 2013. Disponível em: http://pontogp.wordpress.com/2007/04/23/historia-dogerenciamento-de-projetos/
- Fontes, C. (2007). Breve história da Ética. Acesso em: Dezembro de 2008.Disponível em: http://afilosofia.no.sapo.pt/ética.htm#2
- Sousa, V.(2003). Habilidades do gerente de projetos: um fator de sucesso para
as organizações. PMI-PE. Acesso em: Maio de 2013.Disponível em:
http://www.pmipe.org.br/web/arquivos/Perfil_Gerente_de_Projetos_pmipe.pdf.
- Souza, M. B. (2004). Discussão sobre senso comum, memória coletiva eautoridade jornalística. Acesso em: Dezembro de 2007.Disponível em: http://reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/17313/1/R0616-1.pdf
- Teribili, A. (2006). Relações entre a certificação internacional PMP® de gerência de projetos e uma sala de aula. Revista Pensamento & Realidade da Faculdade São Luis. São Paulo, ano IX, n.19, novembro 2006.
- Müller, R. (2007). Escolhendo gerente de projetos apropriado. Revista Mundo PM Project Management, Rio de Janeiro. (pp.79-81). Ed. Dezembro 2007.